Os laboratórios do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) foram oficializados pelo Ministério da Saúde como um dos oito centros de referência do país aptos a realizar o diagnóstico da varíola dos macacos ou monkeypox. Conforme dados divulgados pelo governo do RS, esta, é a primeira vez que os laboratórios do Estado se tornam referência na detecção de uma doença infecciosa. Tornando-se importância nacional.

O trabalho está sendo conduzido pelos centros que integram a estrutura do CEVS. O Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CDCT) e pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen-RS). A área de cobertura do CDCT/Lacen-RS será toda a Região Sul do Brasil. Além do próprio estado, o centro de testagem, deve receber as amostras de casos suspeitos dos Estados do Paraná e de Santa Catarina, que já possui 180 amostras analisadas. 

Richard Salvato, coordenador da Vigilância Genômica no Rio Grande do Sul, explica que, anteriormente, o estado direcionava suas amostras para o Laboratório Central de Saúde Pública de São Paulo/Instituto Adolfo Lutz (Lacen/IAL-SP), que era o laboratório de referência para o Sul do Brasil. Agora, o CDCT e o Lacen-RS conseguiram implementar os exames de forma mais autônoma, tornando-se também uma unidade de referência. "É a primeira vez que o CEVS, o Estado do RS, se torna referência para esse tipo de diagnóstico”, pontua Salvato.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico da monkeypox é realizado de forma laboratorial, por teste molecular (PCR) ou sequenciamento genético. O PCR é considerado a técnica padrão-ouro para detecção do material genético do vírus em uma amostra. Já o sequenciamento genético é uma técnica mais complexa, associada à identificação de bases do DNA viral. Com o mapeamento genético, é possível comparar o genoma do vírus com outros disponíveis em bases de dados.

Casos da monkeypox

O mundo registra, até o momento, mais de 41 mil casos da doença, distribuídos em 96 países. O Brasil está entre os 10 países com o maior número de casos, tendo computado cerca de 4 mil testes positivos.

No RS, já se confirmou a transmissão comunitária da doença, que ocorre quando não é possível identificar a origem da infecção. Atualmente, o Estado tem 77 casos confirmados e 333 em investigação. Do total de confirmações, 35 concentram-se na capital.

*Com informações: Governo Estado do RS

Texto: Eduarda Mantovani

Foto: Ascom SES