Uma pesquisa realizada por pesquisadores da Fiocruz durante a pandemia de Covid-19, aponta que o reiki é uma prática que pode reduzir sintomas emocionais como medo da morte, pânico e ansiedade com a melhoria da saúde mental. O estudo qualitativo, destaca também que a escuta terapêutica é fundamental para gerar além da empatia, vínculo, também a redução do sofrimento psíquico. 

As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICs) se mostraram aliadas ao tratamento de pacientes com Covid-19. Em 2020, o Conselho Nacional de Saúde aprovou uma recomendação para a inclusão dessas práticas na assistência e combate do coronavírus.

Realizada na Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), no período de março de 2020 a dezembro de 2021, a análise teve como objetivo aplicar o reiki - com escuta terapêutica em teleatendimentos via celular - em mulheres sob cuidados psiquiátricos na pandemia da Covid-19, suprindo limitação do acesso presencial a consultas médicas e as intervenções psicossociais. 

O estudo foi conduzido pela pesquisadora em Saúde Pública Zelia Pimental Andrade e pelo médico psiquiatra Mario Roberto Romano. No total, foram 92 teleatendimentos, com média de 17 por usuária, semanal e por uma hora. O estudo contou com oito mulheres com transtorno depressivo e agudo ou em remissão. É importante destacar que as usuárias não receberam outras terapias no período.

Nos resultados, as escutas terapêuticas revelaram medo da morte, pânico, ansiedade, impotência, insônia, tristeza e dores no corpo. Os relatos dos efeitos do reiki incluíram paz, leveza, melhora do sono e das relações familiares. Já as consultas psiquiátricas mostraram redução da ansiedade, de dores no corpo e tristeza, melhora da autoestima e do autocuidado com redução e interrupção de medicações psiquiátricas.


Texto: Eduarda Mantovani

Foto: Juliana Stramar/ Acervo pessoal: Roberta Simon