Deve ser votado nos próximos dias
na câmara de deputados, o projeto de lei de número 1774/19, que prevê a
liberação da comercialização de MIP (medicamentos isentos de prescrição médica).
Apoiado pelo setor supermercadista, o projeto é criticado com veemência pela
Abrafarma (Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias).
De
um lado, a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) com argumentação de
que ao permitir a vendas desses produtos como xaropes e determinados
antialérgicos e antigripais, o aumento no número de pontos de venda traria
aumento da concorrência, que costuma resultar em preços mais baixos.
A
Associação cita ainda que há um estudo que indica que, entre os anos de 1994 e
1995, quando os MIPs foram comercializados em supermercados, em armazéns e
lojas de conveniência no Brasil, houve uma redução de até 35% nos preços
apresentados aos consumidores.
Já,
o CEO da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, questiona qual seria "a mágica
dos supermercados para reduzir drasticamente os preços sobre medicamentos, cuja
carga tributária chega a 36%".
Um
monitoramento da empresa aponta que ao menos 2.670 itens são mais caros nesses
estabelecimentos do que nas farmácias, entre eles antissépticos bucais, escovas
de dente, fraldas descartáveis e desodorantes.
"Por
que supermercados e estabelecimentos similares venderiam medicamentos mais
barato do que as farmácias se vendem mais caro nas diversas categorias
concorrentes? Além disso,” não satisfeitos, agora se voltam para desestabilizar
os preços de medicamentos. Valorizamos a liberdade de mercado, mas jamais às
custas da fragilização do sistema sanitário", contesta.
Outro
ponto positivo, na visão supermercadista, seria a facilidade de acesso, que
reduz a necessidade de estocagem da população.
Em
comunicado, a Abras diz que "atualmente, 22% dos municípios brasileiros
não possuem farmácias, o que dificulta a vida das famílias que moram nessas
regiões".